sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Ok Teleseguros boa tarde fala a Marta

Exactamente, sou mais uma pessoa a escrever sobre mim no meu blog. Que surpresa, hein! Nunca fiz questão de falar sobre mim nos passados blogs por achar que não devia fazê-lo. Contudo, não estou propriamente à espera que apareçam aqui mil pessoas para ler as minhas baboseiras e irei usar isto principalmente como arquivo para mim própria pois recordar é viver e daqui a uns meses vou querer ler (ou não, porque dá muito trabalho) o que estou a pensar e a viver agora.
E o que é o agora?

Vou então começar pelo início, tentando cingir-me apenas ao que é relevante neste contexto.
O meu nome é Marta, tenho vinte e um anos e sou (mais uma) recém-licenciada, em Línguas, Literaturas e Culturas (esta é a parte em que toda a gente pensa "Oh, coitadita!"). É com carinho que recordo sempre que cheguei ao meu curso depois de alguns "percalços" que se devem apenas e somente a algumas características da minha personalidade. Aos quinze anos optei por enveredar pela área das Ciências e Tecnologias, com a qual cortaria relações três anos depois. A decisão de mudar "brutalmente" de área deveu-se ao facto de ter chegado à conclusão que apesar de curiosa por tudo o que me rodeia, não era nas Ciências que queria fazer carreira. Sei que a minha geração já não se pode dar a grandes luxos mas optei por aquilo que na altura fazia sentido para mim. Optei pelo "gosto" e não pelo "emprego certo". Até agora nunca me senti à rasca (e isto não significa que tenha nascido no seio de uma família abastada pois não é o caso, de todo), muito pelo contrário, sou uma jovem bastante optimista e o meu futuro profissional, pelo menos por agora, não me assusta.
Tendo em conta uma grande nuance da minha personalidade, o facto de ser muito indecisa, sempre soube que iria querer parar de estudar depois de terminar a licenciatura. Não por não gostar de estudar pois sempre adorei, mas por achar que era a altura ideal para parar e assentar as ideias e ao mesmo tempo ganhar alguma experiência profissional e de vida, claro. A isto juntou-se a minha constante vontade de viajar e ter essa experiência fora de Portugal de forma a também praticar as línguas que estudei e a conhecer de perto outras culturas, outras pessoas, outras formas de pensar. Bem sei que não estou propriamente num país asiático mas tenho visto que mesmo Espanha que está já ao lado tem coisas interessantíssimas à espera de serem descobertas.
Antes do passado Maio já tinha decidido o que queria fazer. Ideias e pesquisa não me faltavam mas esta oportunidade surgiu precisamente num momento em que o ensino e a língua espanhola eram o que mais me aliciava. Depois de saber pela professora de espanhol que isto existia, tentei a sorte, e aqui vim parar. E afinal, o que é isto?
Isto é uma bolsa do Ministério de Educação espanhol para leitores ou aquilo que eles gostam de chamar de auxiliares de conversação. Basicamente e para não complicar, sou uma professora auxiliar e o meu grande objectivo é ajudar a desenvolver a oralidade dos alunos e claro, passar para eles um pouco daquilo que é a cultura do meu querido país. É verdade, há mesmo pessoas que até são leitoras de profissão. Se quiserem comprovar, visitem o site do Instituto Camões!
A localização foi escolhida um pouco ao acaso. Não fazia ideia do que escolher e na altura coloquei Madrid em primeiro lugar porque "ah é Madrid" mas felizmente fiquei na segunda opção, a zona da Estremadura, escolhida porque uma professora era de cá e já que falava bem disto, ora, por que não. Até estou perto de Lisboa o que é óptimo já que pretendo ir a casa algumas vezes.


Duas semanas de trabalho depois, sei que tomei uma boa decisão. Queria algo diferente. Queria uma cidade pequena, queria não ter de apanhar transportes para o trabalho e ficar a cinco minutos a pé. Não é costume arrepender-me das decisões que tomo e sei que estou bem aqui. Doze horas de trabalho semanais, um ordenado porreiro (que há-de chegar...), cinco turmas muito simpáticas e motivadas com pessoas que, no geral, têm idade para ser meus pais ou avós (ou seja, sem problemas com crianças ou adolescentes chatos e barulhentos), uma terra acolhedora, não tão pequena quanto pensava mas não demasiado grande, com gente igualmente simpática, um bom quarto, uma boa companheira de casa, malta para praticar o inglês... enfim, não podia ter pedido melhor!

Um comentário:

  1. Olá Marta!

    Gostei muito de ler este post. Andei à procura de informações no site do Instituto Camões relativamente a este assunto, mas não encontrei nada relevante.

    Podias indicar-me algum link com indicações?

    !Gracias!

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