quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Ohoh, here they come...

Os problemas, as chatices, as coisas menos boas... que fazem parte da vida e que acabam por não ser encaradas como problemas, porque não o são. São apenas novas maneiras de aprender e se há coisa que estou aqui a fazer, é a aprender. Venha então de lá um post sobre a experiência em si.
Há uns dois ou três posts atrás, falei da turma que melhor me recebeu. Melhor na medida em que foram os primeiros que conheci e que me encheram de perguntas, entusiasmadíssimos com a minha chegada. Foram a minha turma favorita até ao dia seguinte, quando conheci a turma das terças e quintas. Claro que vou criando uma relação mais chegada com alguns alunos, não importando a turma... mas a nível de "aceitação" e "simpatia" por parte do grupo em si, é a das terças e quintas que tem ganho, enquanto as de 1º de avançado e 2º de básico "competem ferozmente" e se aproximam a passos largos.
Dessa mesma turma, surgiu uma situação mais aborrecida. Um aluno de 50 anos com uma atitude que nunca percebi e que foi piorando. Chateia-se que lhe diga para falar, que lhe diga para mudar de lugar para falar com outra pessoa que não a mulher ou a filha que vê todos os dias. Chegou a dizer que me odiava por estar a mudar de lugar, não chegando perceber se estava a brincar ou se estava a falar a sério e a tentar disfarçar ao mesmo tempo. Foi nessa altura que disse cá para mim "oh diabos, e agora?". Talvez lhe incomode que tenha quase a idade da filha dele, que tem 17 (talvez seja eu que tenha a mania da perseguição por causa da minha idade...). Ou simplesmente não quer que seja eu a pedir-lhe para falar porque não sou eu a professora... tudo bem. Seja lá o que for, no dia seguinte avisei o Jacques que não voltaria a pedir nada ao aluno e pedi-lhe que fosse sempre ele a fazê-lo. Não é que quisesse "riscá-lo" da "lista" pois tentei pensar em como contornar a situação, mesmo depois de já me terem dito para não lhe ligar porque tem um feitio especial. A questão é: eu sou a portuguesa que está ali para ajudar mas se não quer falar, que posso eu fazer? Andar atrás dele? Imaturidade e inseguranças da minha parte? Provavelmente... mas que dizer da atitude do senhor que nas últimas três aulas só chega na segunda parte que, et voilá, é quando eu me vou embora? Juro que me ri quando ia a sair e ele a entrar. Só espero que entretanto não me dê alguma "paragem cerebral", que costumam ser frequentes, e acabe por lhe pedir qualquer coisa ou dizer algo que não lhe agrade... rédea curta para os meus constantes (e inofensivos) bloqueios (não estou a ser irónica, quem me conhece sabe bem como funcionam estas minhas paragens). O Jacques já lhe perguntou por duas vezes "então, andas a fugir da Marta?"... ai, o que eu gostava de ser mosca para ver a cara dele!
Esta semana a situação piorou um pouco. A turma é um pouco chata porque chegam dois ou três a horas, vinte minutos depois chega outro, cinco minutos depois chega mais um... e por aí. Quebra o ritmo, é verdade. Mas a grande culpa é sem dúvida minha. Há apenas uma aluna que fala pelos cotovelos e um ou outro que também vão safando a coisa. Sem a aluna faladora torna-se bastante complicado. E o que se passa é que eles estão aborrecidos com as aulas e acham que tenho de ser mais dinâmica porque fazem sempre a mesma coisa. Ora, na turma das terças e quintas também falam muitas vezes dois a dois e ninguém se queixa, até agora só tenho críticas positivas das outras três turmas e os alunos com quem mais falo estão muito contentes comigo. Não acho que estejam a mentir só para fazer o jeito, penso que sei ler minimamente a cara das pessoas.
Mas bom, sendo eu plenamente consciente dos meus defeitos, passemos à parte em que os enumero.
Tenho dias. Há dias em que vou para a escola cheia de vontade. Há dias em que vou insegura. Normalmente vou insegura mas depois o tempo corre e tudo acaba por fluir bem enquanto a insegurança foge. Esta insegurança não é só fruto da minha inexperiência como também da minha personalidade... de todas as maneiras, tem vindo a ser cada vez mais dobrada ao longo do tempo. Uma grande amiga da minha insegurança é, também, a preguiça. Não sou a professora e isso faz com que não tenha tanta responsabilidade mas também não estou ali para brincar. Sei que tenho de preparar mais as coisas e tentar ser mais original e dinâmica. Sei que não é fácil estar perante tanta gente, e todos mais velhos do que eu. Se fossem mais novos de certeza que não seria mais fácil (a amiga Nathalie que o diga), visto que todos os públicos têm as suas particularidades, mas é às minhas turmas que tenho de me adaptar. Por vezes dou por mim a falar enquanto penso "estás a fazer isto mal, pá... fala mais alto, dá a volta". Tenho de falar mais alto. Tenho de falar mais. Tenho de ter atenção ao facto de estar a falar muito depressa ou de uma maneira pouco compreensível. Tenho de melhorar as explicações, seja de uma palavra, de uma expressão, seja do que for.
E com isto, tenho a dizer que está a correr tudo bem. Se 20% não estão contentes, é trabalhar para que fiquem contentes. Se os outros 80% estão minimamente satisfeitos, é fazer com que fiquem ainda mais satisfeitos. É simples.

3 comentários:

  1. Linda es inteligente,e fazes as coisas bem, e com a practica vais fazer as coisas cada vez melhor :)Nao todos podem gostar porque ha pessoas que pensam que sao mais que os outros :p mas aserio,vais ver que daqui um mes,isso vai ser um mau sonho.Vamos trabalhar as duas nisso :) para sermos umas perfeitas auxiliares...beijinhossss grandesssssss

    ResponderExcluir
  2. Já te disseram que o problema está nesse senhor, a minha turma sabes que está contente. Mas somos os favoritos, jejejeje! Fora de piadas, estás cá para falarmos e falamos. Que podes melhorar? todo é melhorável nesta vida mas estás a fazer bem e quem não queira aproveitar a oportunidade que nos da a escola e tu propia e o problema dele.
    MPM

    ResponderExcluir
  3. Tens de ter mais calma e vais ver que vais dar a volta por cima. bj

    ResponderExcluir