Os problemas, as chatices, as coisas menos boas... que fazem parte da vida e que acabam por não ser encaradas como problemas, porque não o são. São apenas novas maneiras de aprender e se há coisa que estou aqui a fazer, é a aprender. Venha então de lá um post sobre a experiência em si.
Há uns dois ou três posts atrás, falei da turma que melhor me recebeu. Melhor na medida em que foram os primeiros que conheci e que me encheram de perguntas, entusiasmadíssimos com a minha chegada. Foram a minha turma favorita até ao dia seguinte, quando conheci a turma das terças e quintas. Claro que vou criando uma relação mais chegada com alguns alunos, não importando a turma... mas a nível de "aceitação" e "simpatia" por parte do grupo em si, é a das terças e quintas que tem ganho, enquanto as de 1º de avançado e 2º de básico "competem ferozmente" e se aproximam a passos largos.
Dessa mesma turma, surgiu uma situação mais aborrecida. Um aluno de 50 anos com uma atitude que nunca percebi e que foi piorando. Chateia-se que lhe diga para falar, que lhe diga para mudar de lugar para falar com outra pessoa que não a mulher ou a filha que vê todos os dias. Chegou a dizer que me odiava por estar a mudar de lugar, não chegando perceber se estava a brincar ou se estava a falar a sério e a tentar disfarçar ao mesmo tempo. Foi nessa altura que disse cá para mim "oh diabos, e agora?". Talvez lhe incomode que tenha quase a idade da filha dele, que tem 17 (talvez seja eu que tenha a mania da perseguição por causa da minha idade...). Ou simplesmente não quer que seja eu a pedir-lhe para falar porque não sou eu a professora... tudo bem. Seja lá o que for, no dia seguinte avisei o Jacques que não voltaria a pedir nada ao aluno e pedi-lhe que fosse sempre ele a fazê-lo. Não é que quisesse "riscá-lo" da "lista" pois tentei pensar em como contornar a situação, mesmo depois de já me terem dito para não lhe ligar porque tem um feitio especial. A questão é: eu sou a portuguesa que está ali para ajudar mas se não quer falar, que posso eu fazer? Andar atrás dele? Imaturidade e inseguranças da minha parte? Provavelmente... mas que dizer da atitude do senhor que nas últimas três aulas só chega na segunda parte que, et voilá, é quando eu me vou embora? Juro que me ri quando ia a sair e ele a entrar. Só espero que entretanto não me dê alguma "paragem cerebral", que costumam ser frequentes, e acabe por lhe pedir qualquer coisa ou dizer algo que não lhe agrade... rédea curta para os meus constantes (e inofensivos) bloqueios (não estou a ser irónica, quem me conhece sabe bem como funcionam estas minhas paragens). O Jacques já lhe perguntou por duas vezes "então, andas a fugir da Marta?"... ai, o que eu gostava de ser mosca para ver a cara dele!
Esta semana a situação piorou um pouco. A turma é um pouco chata porque chegam dois ou três a horas, vinte minutos depois chega outro, cinco minutos depois chega mais um... e por aí. Quebra o ritmo, é verdade. Mas a grande culpa é sem dúvida minha. Há apenas uma aluna que fala pelos cotovelos e um ou outro que também vão safando a coisa. Sem a aluna faladora torna-se bastante complicado. E o que se passa é que eles estão aborrecidos com as aulas e acham que tenho de ser mais dinâmica porque fazem sempre a mesma coisa. Ora, na turma das terças e quintas também falam muitas vezes dois a dois e ninguém se queixa, até agora só tenho críticas positivas das outras três turmas e os alunos com quem mais falo estão muito contentes comigo. Não acho que estejam a mentir só para fazer o jeito, penso que sei ler minimamente a cara das pessoas.
Mas bom, sendo eu plenamente consciente dos meus defeitos, passemos à parte em que os enumero.
Tenho dias. Há dias em que vou para a escola cheia de vontade. Há dias em que vou insegura. Normalmente vou insegura mas depois o tempo corre e tudo acaba por fluir bem enquanto a insegurança foge. Esta insegurança não é só fruto da minha inexperiência como também da minha personalidade... de todas as maneiras, tem vindo a ser cada vez mais dobrada ao longo do tempo. Uma grande amiga da minha insegurança é, também, a preguiça. Não sou a professora e isso faz com que não tenha tanta responsabilidade mas também não estou ali para brincar. Sei que tenho de preparar mais as coisas e tentar ser mais original e dinâmica. Sei que não é fácil estar perante tanta gente, e todos mais velhos do que eu. Se fossem mais novos de certeza que não seria mais fácil (a amiga Nathalie que o diga), visto que todos os públicos têm as suas particularidades, mas é às minhas turmas que tenho de me adaptar. Por vezes dou por mim a falar enquanto penso "estás a fazer isto mal, pá... fala mais alto, dá a volta". Tenho de falar mais alto. Tenho de falar mais. Tenho de ter atenção ao facto de estar a falar muito depressa ou de uma maneira pouco compreensível. Tenho de melhorar as explicações, seja de uma palavra, de uma expressão, seja do que for.
Tenho dias. Há dias em que vou para a escola cheia de vontade. Há dias em que vou insegura. Normalmente vou insegura mas depois o tempo corre e tudo acaba por fluir bem enquanto a insegurança foge. Esta insegurança não é só fruto da minha inexperiência como também da minha personalidade... de todas as maneiras, tem vindo a ser cada vez mais dobrada ao longo do tempo. Uma grande amiga da minha insegurança é, também, a preguiça. Não sou a professora e isso faz com que não tenha tanta responsabilidade mas também não estou ali para brincar. Sei que tenho de preparar mais as coisas e tentar ser mais original e dinâmica. Sei que não é fácil estar perante tanta gente, e todos mais velhos do que eu. Se fossem mais novos de certeza que não seria mais fácil (a amiga Nathalie que o diga), visto que todos os públicos têm as suas particularidades, mas é às minhas turmas que tenho de me adaptar. Por vezes dou por mim a falar enquanto penso "estás a fazer isto mal, pá... fala mais alto, dá a volta". Tenho de falar mais alto. Tenho de falar mais. Tenho de ter atenção ao facto de estar a falar muito depressa ou de uma maneira pouco compreensível. Tenho de melhorar as explicações, seja de uma palavra, de uma expressão, seja do que for.
E com isto, tenho a dizer que está a correr tudo bem. Se 20% não estão contentes, é trabalhar para que fiquem contentes. Se os outros 80% estão minimamente satisfeitos, é fazer com que fiquem ainda mais satisfeitos. É simples.
Linda es inteligente,e fazes as coisas bem, e com a practica vais fazer as coisas cada vez melhor :)Nao todos podem gostar porque ha pessoas que pensam que sao mais que os outros :p mas aserio,vais ver que daqui um mes,isso vai ser um mau sonho.Vamos trabalhar as duas nisso :) para sermos umas perfeitas auxiliares...beijinhossss grandesssssss
ResponderExcluirJá te disseram que o problema está nesse senhor, a minha turma sabes que está contente. Mas somos os favoritos, jejejeje! Fora de piadas, estás cá para falarmos e falamos. Que podes melhorar? todo é melhorável nesta vida mas estás a fazer bem e quem não queira aproveitar a oportunidade que nos da a escola e tu propia e o problema dele.
ResponderExcluirMPM
Tens de ter mais calma e vais ver que vais dar a volta por cima. bj
ResponderExcluir