segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Do meu/nosso Natal

Mais um que se passou. Com a família, com alegria, com tristeza, com gargalhadas, com lágrimas... com aquilo que já é costume para um português (na Austrália vão para a praia e devem comer canguru em vez de cabrito...). Apercebi-me que não sou eu que sou estranha, não sou só eu que tenho vontade de chorar no Natal, não podia ser. 
O Natal é bonito. Juntam-se as famílias à mesa, vê-se a felicidade dos miúdos enquanto abrem as prendas, partilham-se histórias com pessoas que se calhar já não vemos há muito tempo. 
As variantes são muitas mas o que me parece é que o Natal é um misto de alegria e de tristeza. É quando estamos com uma parte da família mas é também quando recordamos (com alegria, espero) os que cá já não estão. É quando estamos felizes por estar à mesa a partilhar aquela refeição com aquelas pessoas mas quando nos passam os mais variados pensamentos pela cabeça e que por vezes podem nem ser os melhores. De todas as formas, posso dizer que passei um bom Natal com parte da minha família e só posso agradecer por ter a família que tenho, passe-se aquilo que se passar. Digo muitas vezes que não ligo nada à época, muito menos no que toca à materialidade com que muita gente a encara, mas uma coisa é certa: por muito que já tenha pensado nisso, nunca será melhor passar o Natal sozinha.
Passando ao que interessa mais, pois era sobre isto que precisava mesmo de escrever umas linhas:
Faço parte de uma outra família, não vale a pena dizer que família é essa porque se lerem vão saber perfeitamente quem são. É uma família que, inexplicavelmente, adoro, e com quem passo, com muito orgulho, grande parte do meu tempo. Hoje perdemos um membro da nossa família. Uma pessoa de bem. Um jovem de 18 anos que ainda agora tinha começado a viver e que tinha tanto para dar a este mundo... tantos objectivos por cumprir. Dinâmico e alegre, não deixava ninguém estar triste à sua volta. Via sempre o lado positivo, ajudava sempre o próximo. Foi precisamente a ajudar o próximo que partiu, tal é a injustiça com que esta vida por vezes nos presenteia. 
E este é o tipo de coisas que dificilmente algum dia se conseguirão explicar. Dói, dói muito. A minha mãe costuma dizer que quem sofre é quem fica e gosto de pensar que de facto existe qualquer coisa depois para quem deixa este mundo, gosto da ideia reconfortante de que realmente existe um sítio melhor, um sítio onde o nosso Magas está agora a olhar por nós. E para nós, seres humanos, a vida continua. Como diz e bem este senhor, nós seguimos em frente e ultrapassamos as adversidades... ultrapassamos, aprendemos, vencemos... é isto que temos de fazer, porque nós ainda cá estamos e também devemos isso a quem já não está... devemos isso a nós, a eles, ao mundo que por muito injusto que seja, é o que temos.
Tudo aquilo que se puder dizer e fazer será pouco para homenagear este nosso amigo. Em tom de conclusão, é isto: a vida são mesmo dois dias, não desperdicem o vosso tempo com futilidades, com chatices, com zangas. Vivam ao máximo, aproveitem. Não desperdicem, ponto final.

"Quando pensares que estás em sofrimento, acredita há sempre alguém a sofrer mais!"
Descansa em paz, João de Magalhães.

2 comentários:

  1. Belo texto, Marta. Gostei muito de ler.

    João, estarás sempre connosco. Farás muita falta. Até um dia.

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