quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Partilhar casa com espanholas #1

Deduzo desde já que este seja um primeiro post de alguns que surgirão sobre esta (também nova) experiência de partilhar casa. 
É desde logo bom reforçar o facto de que vivo com duas espanholas, já que além da localização perto da escola, este era dos factores mais importantes a considerar. Parece-me que faz todo o sentido que, estando em Espanha, tenha como prioridade praticar o espanhol. Só nunca pensei que isto fosse dar uma volta tão grande quanto ao inglês, visto que há três meses achava que era uma nódoa na minha segunda língua. No outro dia reparei, orgulhosa, que já não faço a tradução antes de falar, penso em inglês e pronto, já está. Não tenho vergonha de falar e parece-me, sinceramente, que falo bem. Neste momento já nem sei bem que raio estou a praticar mais, num só dia consigo falar as quatro línguas que sei (creio que posso dizer isto). Português presente na escola e na amiga Nathalie, espanhol na escola, em casa, três ou quatro saídas e por agora é só. Inglês na escola com a Juli, com o Quique e mais uns indivíduos que estão também por Espanha e com quem por vezes nos encontramos. É o caso do dia de hoje (25 de Novembro) pois irei ter o privilégio de presenciar um Thanksgiving que contará com a presença de americanos, espanhóis e uma inglesa. E comida, muita comida! Francês nas aulinhas e por agora não dá para muito mais, ainda está muito verde.
Vivo com duas espanholas. A Mari tem 27 anos e é terapeuta ocupacional, uma mistura de fisioterapeuta, enfermeira e psicóloga... basicamente o trabalho actual dela implica que vá a casa das pessoas ver em que condições vivem e se são realmente "merecedoras" de um subsídio de doença, incapacidade, algo do género. A Lorena tem 25, trabalha numa loja de sapatos e está a acabar a licenciatura (ou talvez mestrado, não sei) em engenharia de qualquer coisa. 
A Mari é uma querida, super prestável, pronta a ajudar... adora conversar e é boa ouvinte. A Lorena é... estranha. E a maneira como fala? Ui, sotaque estremenho ao mais alto nível! (Que estou a apanhar mas provavelmente nunca conseguirei falar à velocidade que ela fala). Não sei explicar a estranheza da gaiata e agora as coisas até têm andado melhorzitas mas a presença dela fazia-me um pouco de confusão, principalmente quando reparei que ela usava as minhas coisas na casa-de-banho e não se preocupa minimamente com o facto de deixar o lavatório cheio de cabelos. Melhor ainda é eu estar a almoçar e ela fumar na sala sem sequer perguntar se me incomoda. Felizmente que não passa muito tempo em casa e eu, como boa portuguesa, fico caladita.
Partilhar casa pode ser uma experiência bastante enriquecedora, dá para aprender bastante sobre a língua e cultura espanholas. No outro dia veio cá uma rapariga cortar o cabelo à Lorena, não é que seja uma coisa completamente fora do comum mas não é muito frequente em Portugal, pelo menos no meio onde vivo. Outra muito engraçada, que acho que antigamente se fazia, pelo menos no Norte de Portugal (ou então não...), é o facto de colocarem a mesa de jantar à frente dos sofás para que possam ter o aquecedor tapado com a camilha, como quem não quer a coisa. As cadeiras lá ficam ao abandono, a um canto da sala, com a mesa de vidro que devia estar à frente dos sofás. A nível estético não gosto muito mas bom, não vou implicar com os costumes espanhóis. 
To be continued...

2 comentários:

  1. Hoje numa aula conheci uma rapariga da Hungria, que vive na residência da universidade com duas espanholas. Única queixa:
    "Elas falam como eu grito!" :D

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  2. Eu tambem adorava poder falar tudo o que tu falas...es uma maquina linda :P

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