quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

E paciência?

E cá estou eu. Por aqui o sol também anda bem-dispostinho, veremos até quando dura.
O ano pelas terras de nuestros hermanos começou mais ou menos bem. Começou com apenas duas aulas levezinhas para falar das férias, com uma prenda dos Reis Magos (eu a pensar que se iam ficar pelos chocolates e pela echarpe mas uma aluna ofereceu-me ontem um livro do Carlos Ruis Zafón), com mais um bom bocado com a Nathalie que tanto bem me faz e... com futebol.
Sempre tive um gostinho pelo desporto em geral mas o futebol acompanhou-me praticamente desde que saí da barriguinha da minha mãe. Influências do mano e do melhor amigo da altura à parte, de certeza que o bichinho já nasceu comigo portanto não havia nada a fazer, lá me tornei numa marimacho. E eu também brincava com bonecas, atenção! A bola é que sempre foi uma amiga especial, a culpa não era da Barbie nem do Ken. Entretanto a mamã não gostava nada, já sabia que me esperava uma lambada sempre que rasgasse as calças pois era a derradeira prova de que tinha estado a jogar (e dava-lhe trabalho estar a fazer remendos... sim, pessoas que nasceram para aí a partir de 91, na minha altura faziam-se remendos!). Curiosamente, quando deixou de me chatear tanto foi quando passei a jogar menos por ter descoberto uma bola mais pequena... a do ping-pong.
Mas bom, o que interessa retirar daqui é que apesar de adorar desporto nunca pratiquei nenhum, muito menos futebol. Fui-me deixando andar tanto que cheguei aos 21 neste estado. Por sorte vim parar a Espanha que tem uma mentalidade desportiva muito mais forte e que, casualidade das casualidades, tem uma equipa feminina bastante boa no sítio onde vivo. Ontem fui espreitar o treino até porque queria falar com o treinador e perguntar-lhe como eram as coisas. Tanto ele como o adjunto foram super simpáticos. Ali joga-se a sério, não as vi parar nunca. Acho que o meu jeito se foi há muito tempo, a minha condição física está completamente nas lonas (fui andar durante 50 minutinhos e só corri quatro vezes... de dois minutos cada uma) mas isto com esforço há-de ir lá, não fosse eu uma teimosa de primeira água. Não costumam dizer que quando se sabe nunca se esquece? Então pronto, amanhã lá vou eu. O primeiro objectivo é aguentar o treino sem desmaiar, a partir daí tudo são ganhos. Terei também de descobrir em que posição é que fico bem, espero não chegar à conclusão que não fico bem em nenhuma ou que tenho de ir para a baliza (quando tinha 12 era uma portera do caraças!). Daqui a nada lá vou eu à Décimas comprar umas chuteiras. Já sei que quando falar com a mamã me vai dizer "agora com essa idade é que te deu para isso?", mas pronto, agora já não me pode dizer que tenho é de estudar e mais nada. Lembro-me tão bem do dia em que lhe chulei umas chuteiras na Seaside... ela acreditou mesmo que eram ténis normais e até disse que eram giras. A ver se me lembro de lhe contar para nos rirmos um bocadinho.
Quanto à parte má do início de 2012, podia usar apenas uma palavra: Lorena. Juro que ontem fiquei com vontade de lhe dar uma valente chapada. Aguento que não limpe e que se esteja a marimbar para tudo, por aí tudo bem (até ao dia, eu e a Mari já andamos fartinhas). O problema é que a menina acha que as coisas dos outros também são dela e decide usar sem sequer pedir ou avisar que usou. Não é normal estar a pagar uma casa para ter as coisas da casa-de-banho no quarto, pois não? Só falta ter a lata de abrir o que está fechado, por esta altura já deve achar que a portuguesa é uma atrasada mental de qualquer maneira porque "nunca reparou" que lhe faltam coisas.
Desta vez fiquei mesmo lixada porque a menina gastou-me uma quantidade astronómica de azeite... e o azeite é caro. Pior, é Oliveira da Serra! E tal é a lata dela que quando eu cheguei é que foi comprar uma garrafa de azeite. Eu bem queria fazer uma abordagem amigável até porque tenho de estar aqui mais cinco meses a aturá-la (devia estar sozinha com a Mari mas a menina tanto pediu para ficar connosco que lá cedemos... maldita a hora!) mas acho que vou deixar de ser tão querida e dizer-lhe directamente "olha, querida, eu sei que posso parecer mas não sou atrasada mental... portanto, se faz favor, quando quiseres parar de usar as minhas coisas estás à vontade... ou então é bom que me comeces a pagar que eu não sou tua mãe, pode ser?". 
Espero conseguir usar o meu sarcasmo em espanhol... é que o sarcasmo é um dos meus recursos preferidos e neste caso não queria nada deixá-lo de fora. A ver que tal me va...

Um comentário:

  1. Três horas da manhã e eu aqui a ler as publicações de uma tenista que, afinal de contas, quer ser futebolista. Gostei muito de ler o teu texto, Marta. Vais ver que vai correr tudo bem. Como te disse, não importa como se começa mas sim como se acaba :) Se trabalhares e te aplicares, com o tempo, aparecem os resultados e és recompensada. Diverte-te e desfruta dessa paixão que ambos partilhamos.

    Quanto à tua amiga Lorena, não me quero pronunciar muito até por respeito a quem não conheço, ainda que me tenha rido com diversas das expressões por ti usadas mas, e existe sempre um “mas”... Não resisto a te provocar, como é óbvio. Chateares-te por causa do azeite? E ainda levas o azeite de Portugal? Ahahahah As mulheres realmente implicam com tudo, se não é do cu, é das calças :p

    De resto, gostei sobretudo desta parte: "mas acho que vou deixar de ser tão querida e dizer-lhe directamente: olha, querida..."

    Muito boa a transformação para superguerreira em última fase de transformação, não haja quaisquer dúvidas. É notável como consegues deixar de ser querida começando com um arrepiante "olha querida". Temo inclusivamente pela tua amiga.

    Sarcasmo à parte, não te melgo mais, mas desejo-te toda a sorte para amanhã.

    Beijos,

    Edu

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