quarta-feira, 25 de abril de 2012

A coisa está agreste

Não és tu, sou eu. Não és tu, suposta falta de tempo, que me impedes de escrever. Sou eu que sou incapaz de manter um blog durante um período de tempo minimamente aceitável. Chego a uma altura em que me custa muito meter cá o pézinho - a não ser que seja para ver se tenho mais uma visita ou duas, nisso sou assídua (talvez até demasiado) - e só penso em apagá-lo. Aliás, creio que todos os blogs que já tive acabaram por ter um post destes. Mas este não é para dizer que vou apagar isto até porque não faz sentido apagar uma coisa que quero realmente ler daqui a uns tempos (e quem sabe guardar para os netinhos que vão achar super exótico estar a morar perto da fronteira; se os putos de agora já se interessam por muita coisa, nem quero imaginar daqui a 50 anos).
Já ouvi uma vez ou outra que devia ser jornalista e que devia escrever um livro mas com tanta preguiça acabaria por morrer à fome se estivesse à espera dos rendimentos do livro que tardaria demasiado a surgir. Escrever mal penso que nem escrevo e até posso ter alguma piada e tudo (hmmmm) mas até que chegue a disciplina nada feito. Jornalista? No máximo seria apresentadora das Tardes da Marta, programa no qual teria liberdade para dizer as mais variadas baboseiras (ou seja, fazer o que estou a fazer aqui mas com mais classe pois estaria maquilhada e teria o prazer de conhecer a Iva Domingues, o Manuel Luís e a Cristina Ferreira). Ou jornalista da Benfica TV, aí teria todo o gosto e mais algum (principalmente se me deixassem entrevistar esse nosso craque de seu nome Emer... Aimar).
Faço promessas e digo que tenho muito para escrever e depois é esta pouca vergonha. Vou a Salamanca no fim de semana e nada. Ainda hoje não percebo como é que fui a Sevilha em outubro e não escrevi sobre isso (visitem Sevilha, a sério!). Ainda por cima tenho a certeza que há pessoas que vivem disto, que sem um post meu ficam como um cão sem osso, um "neném sem chupeta" e como Noé sem a sua barca (e todos nós porque se não fosse a barca não andaríamos por cá a viajar, a ver concertos e todas essas coisas giras). Até porque podia realmente escrever todos os dias já que me deparo constantemente com pormenores engraçados. Podia por exemplo fazer uma dissertação sobre o piadão que acho ao facto de nós portugueses nos referirmos a café como a nossa bica, fortezinha a marota, enquanto os espanhóis se referem sempre ao leite com café. É que isso para mim nem é café, caraças! Quando me perguntam se bebo muito café eu não conto com as vezes que bebo o leitinho com café ao pequeno-almoço! Ah, as diferenças culturais... 
Pelo menos aprendo com os erros e da próxima vez que emigrar vou andar sempre com um bloquinho na mala. Vou até tentar fazê-lo no pouco tempo que me resta por aqui mas sem promessas que para isso já basta a minha mãe com a sua Nossa Senhora de Fátima. Agora é hora de ir para Lisboa e parece-me que mais uma vez vou levar o mau tempo. Abril amigo, vê lá se te decides... chuvinha é boa e os agricultores precisam mas não pode ser entre a uma e as oito da manhã? Aguardam-me a feira do livro, o teatro, o cinema, a família, os amigos... o bom de sempre, basicamente. Só não me aguarda o Benfica porque não joga em casa e até é melhor assim que para esta época já chega de desilusões. 
Até já, Lisboa!


P.S.: Não sei o que se passou mas finalmente consigo levar uma mala não demasiado cheia e não andar com um saco de plástico da Bershka ou da Décimas atrás. 

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