quinta-feira, 3 de maio de 2012

Salamanca e Mérida

Ora e cá estamos de volta ao modo diário. Pelas mais variadas razões, a menina não tem viajado tanto quanto gostaria. Muitos dos destinos ficam a longas horas de distância e a verdade é que apesar de gostar de viajar sozinha nunca tive grande vontade de fazer tantas horas de autocarro sem qualquer companhia (isto porque companheiros de autocarro estranhos não contam). "Pussy!", diria o Nandes. Os americanos já correram tudo e mais alguma coisa e não param um fim de semana em casa. Eu cá não tenho contas de pais ricos com as quais me possa governar mas sou europeia portanto eles é que são praticamente obrigados a aproveitar tudo já.
No fim de semana de 19 de maio tive novamente a visita da Rita que já tinha vindo em outubro para nos fazermos à estrada até Sevilha. Desta vez veio na quinta e ainda teve tempo de conhecer o meu local de trabalho e de me acompanhar na única aula do dia que se baseou em paleio entre nós, os alunos e o Jacques.
Na sexta lá nos dirigimos para Salamanca para passar apenas uma noite por já não haver hostels disponíveis, o que acabou por ser benéfico pois é uma cidade muito central e tudo o que é de interesse vê-se rapidamente. A viagem fez-se bem nas cinco horas de constante sono. Um pormenor a reter é que o norte de Espanha é uma zona muito bonita e que merece ser vista. Como o norte de Portugal, claro. Bem gostava de ir mais para cima, incluindo até à Galiza, onde as relações com Portugal são amistosas, onde se come bem e onde se diz "Xunta de Freguesia". Com o tempo tivemos sorte, na sexta não choveu.
Deparamo-nos com alunas portuguesas de Erasmus logo à saída da estação e o hostel não foi demasiado complicado de encontrar. Até tivemos a ajuda de uma senhora que veio atrás de nós para comprovar que chegávamos ao destino sãs e salvas. Apesar de ligeiramente enganadas, já que a wc devia ser dentro do quarto e não era, obrigando-nos a partilhar com outro quarto, só nos queríamos ver livres das coisas e ir comer. E de qualquer forma, se quiséssemos bater o pé não teríamos para onde ir (espertinhos...).
As dicas e o mapa oferecidos pelo dono do hostel foram uma boa ajuda e levaram-nos a um restaurante tipo tasca (mas mais limpinho e com mais espaço) perto da Avenida de Portugal (what else?). Gostámos tanto da comida e do atendimento que decidimos imediatamente voltar no dia seguinte (ide comer aos Los Faroles!) e já de estômago bem aconchegadinho seguiam-nos longas caminhadas pela cidade.
Ao início não custou nada, para descer todos os santos ajudam. Apercebemo-nos facilmente que Salamanca tem bom ambiente e boa arquitectura. Ou seja, é uma cidade espanhola normal. Uma das cidades universitárias espanholas por excelência, imaginei desde logo que deve dar gosto estudar por lá. E claro, não faltam igrejas e Catedrais (a Velha e a Nova) com fachadas tão espectaculares que qualquer pessoa pode apreciar e ficar boquiaberta sem sequer pensar em religião. Deu também para ver que é uma cidade com um comércio local invejável e que não podia deixar de ter uma grande e lindíssima praça, desta vez a Mayor e não a de Espanha, como em Sevilha. É daquelas onde apetecer estar sentada no chão no chill out (a menos que chova...).
Mais do que descrever, que é coisa que me agrada pouco, é preferível ir deixando algumas fotos tiradas com a fabulosa Nikon da Rita (e pela Rita que o meu jeitinho é pouco).










Da noite vimos pouco porque preferimos aproveitar o dia e limitámo-nos a dar outra boa volta pela cidade. Noites de sextas não serão com certeza as mais animadas pois é quinta a noite de estudantes e sábado terá sempre mais movimento mas não deixa de ser uma cidade espanhola (o que significa imensa vida nocturna). Durante toda a estadia demos de caras com umas quantas despedidas de solteiro.



A chuva acabou por dar um ar da sua graça no dia seguinte mas nada que nos tenha proibido de dar uma última (e novamente grande) volta pela cidade. Ainda deu para entrar no Convento de San Esteban (que tem a minha fachada preferida e no qual chegámos à conclusão que tanta riqueza daría para pagar as dívidas espanhola e portuguesa) e tivemos inclusivamente tempo de fazer tempo.
Almoço foi aproveitado para comer umas belas tapas e ter um pequeno percalço com a prova da sidra que troquei imediamente por um ice tea deixando a Rita encarregue de beber a garrafa toda (que não bebeu).
A hora da siesta lixou-me a compra do típico íman para o frigorífico mas um senhor simpático tinha a loja aberta na estação para me safar.
As viagens acabaram por não custar muito e no domingo ainda deu para ir a Mérida para contemplar o património romano (sim, eu passo a vida em Mérida mas só agora fui tratar disso).




Um comentário:

  1. Ah, Salamanca! Essas fotos são-me tão familiares, as fachadas, a cor da cidade...

    Também já estive em Mérida, tem um museu romano fantástico, e o coliseu também é bonito :)

    Beijinhos. Diverte-te!

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